sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ativismo Cibernético


Sem dúvidas, a inclusão social da juventude brasileira tem se tornado uma bandeira para os ativistas sociais brasileiros. Ocorre que diferentemente de décadas atrás, os instrumentos de protestos e propagação de idéias tem se tem se modificado e alterado assim, o perfil e a linguagem das pessoas,que buscam e lutam por um mundo melhor.
Exemplo dessa mudança de paradigma é a realização do 2º Encontro Nacional de Blogs Progressistas que se realizará nos dias 17,18 e 19 de junho de 2011. Segundo o "Ferramentas Blog" esse encontro foi antecedido de encontros regionais em 11 estados brasileiros contando com um total de 1.640 participantes (http://www.ferramentasblog.com/2011/06/ii-encontro-nacional-de-blogueiros-progressistas-em-brasilia.html)
Para aqueles que desconfiam da importãncia efetiva desse encontro, vale ressaltar que o evento contará com pessoas de renome, como o ex-presidente Lula e outros políticos como o Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT-DF)e o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Inegavelmente a grande maioria desses ativistas (cibernéticos)e seu público alvo continuam a ser jovens e a ter posturas ousadas, como em outros momentos da história brasileira. A diferença nesse momento, se dá na maneira com que essas pessoas difundem as suas idéias e no alcance elas tem. O sul e o nordeste do Brasil encurtaram a distância, graças à internet e isso possibilita que haja espaço para a diversidade cultural na luta pela democratização da comunicação no Brasil.
Segundo site do Mundo Sindical, este evento :
"O evento tem a finalidade de fortalecer a luta pela democratização dos meios de comunicação, por um novo marco regulatório para o setor e pela implantação e aperfeiçoamento do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL)."
(http://www.mundosindical.com.br/sindicalismo/noticias/noticia.asp?id=6413. Acesso em 17 de junho de 2011)
Atitudes como essas nos permite continuar a defender o senso crítico de noss@s jovens perante os meios de comunicação em massa e suas intencionalidades, mas sobretudo podemos continuar a descontruir na mentalidade de nossos educand@s que a internet é um simples espaço de troca de informações e entretenimento. Pelo contrário, ela é espaço de transformação, difusão de cultura e defesa de direitos.
Para quem se identificou com a proposta do evento e está longe do Planalto Central, não se preocupe: O Encontro será transmitido online ao vivo pela Rede Brasil Atual: www.redebrasilatual.com.br

Nos vemos no mundo virtual...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Valores: responsabilidade da família ou da escola?

Uma questão que vem sendo levantada há anos e sendo tema de polêmica constante.
Um vídeo de uma menina de treze anos fazendo sexo com dois rapazes em uma Escola Estadual de Curitiba vem causando debates sobre esse assunto. Na reportagem é comum ouvir dos demais alunos da escola sobre a perda de valores. Porém a dúvida principal é de quem é essa responsabilidade, da família ou da escola? Por um lado a escola se defende, alegando que os pais estão perdidos quanto aos seus próprios valores e valores atuais. E a família por sua vez aponta falhas nas metodologias propostas pela escola, como afirma a Psicóloga Lídia Weber no vídeo citado acima.



Diante desse debate, peço a sua opinião sobre a responsabilidade de valores.
Larissa Ribeiro Batiste.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Hip Hop e educação = Comunicação

A educação não está somente nos livros ou em uma escola, o rap que significa(ritmo e poesia)  propõe uma educação para vida, através da qual os sujeitos estão sempre aprendendo e ensinado por meio das suas vivências. É nesse sentido que o Hip Hop tem muito a dizer aos profissionais da educação. É um movimento que se ancora em ações pedagógicas cujo objetivo primordial é a superação, a busca, o auto-conhecimento e reconhecimento, tornando a formação humana uma afirmação da liberdade de expressão, de mudanças de pensamentos e ensinamentos práticos.
Para quem não conhece a cultura hip hop, não consegue visualizar e compreender que a educação para vida engloba todos os movimentos culturais da sociedade em que vivemos, o hip hop com os seus elementos rap, break, DJ, grafite e posses compõe sentimentos, pensamentos, questionamentos significativos para o desenvolvimento pessoal do jovem. Como cita Freire: “É preciso que, os que assim se encontram negados no direito primordial de dizer a palavra, reconquistem esse direito, proibindo que este assalto desumanizante continue.” (1987, p.79)
Trazendo a reflexão de Freire para o hip hop, entendemos o direito da palavra que faz com que o sujeito reflita e se questione, impondo limites a qualquer tipo de alienação sobre ele. O rap tem como instrumento fundamental a palavra que possibilita a expressão de pensamento para a transformação de si e do mundo. Dayrell conceitua o rap como a pedagogia da palavra e sintetiza todas as discussões que estão ao longo desse texto afirmando que:
[...] Uma pedagogia da palavra emitida pelas letras, por meio da qual não pretendem impor uma compreensão da realidade, mas ‘fazer o cara pensar’ como nos disseram vários deles. Uma pedagogia na qual há respeito pela diversidade, quando propõe que o outro, na sua condição de indivíduo, pense por si mesmo e tire suas próprias conclusões. Essa postura é coerente com as relações que estabelecem nos grupos, em que o coletivo não subsume o individual, o ‘nós’ não abdica da condição do ‘eu’. (2002, p.133)
Este direito à palavra que garante a libertação, juntamente com os elementos que compõem o hip hop, possibilitam ao educador fazer do seu ensinamento-aprendizagem algo significativo para os seus educandos, sendo envolvente, problematizador e dialógico.
Muitos educadores criam um distanciamento entre o conhecimento científico e o conhecimento de mundo e vivência. E essa é uma cultura pedagógica que precisa ser superada pelos educadores. A escola sozinha não conseguirá que os educandos sejam críticos e transformem positivamente suas realidades se não dialogar com a cultura da rua, com as manifestações culturais que pulsam fora da escola. Por isso, a apropriação desses elementos, a exemplo do hip hop, não no sentido da assimilação e ‘pedagogização’ alienante, mas, ao contrário disso, na direção do diálogo, é um caminho bastante promissor para um projeto educacional que se afirma na perspectiva da transformação social.  

ISABELA OLIVEIRA DE SIQUEIRA
REFERÊNCIAS
DAYRELL, Juarez T. O rap e o funk na socialização da juventude, Educação  e Pesquisa . São Paulo,v25,n.1,2002 p.133
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. Ed. RJ: Paz e Terra, 1987.

domingo, 29 de maio de 2011

Maior intimidade, maior entendimento...


E aê Galera!!!
Trabalho com jovens de uma comunidade religiosa que é o “sonho de consumo” de qualquer líder-educador... Suas únicas angústias giram em torno de suas escolhas para o futuro, seu crescimento em uma intimidade pessoal com Deus e um bom relacionamento interpessoal com o grupo. Mas não deixam de ser jovens, com toda a mudança que esta fase trás.
Dentre estas circunstâncias vividas, quero relatar de uma experiência que tive com um dos garotos, que por sinal me deixa muito intrigado com sua inteligência simples e perspicaz. Sua atenção estava sendo múltipla, amigos, namorada, família e trabalho. Mas de todas estas, o que mais tirava o seu sono era a futura digníssima, a namorada. Nada bem, maior pressão!!! Era perceptível sua inquietação e refúgio. Tentei conversar, mas nenhum resultado. Mas deixei no ar a possibilidade de ajuda, caso no futuro ele mudasse de idéia.
Alguns dias se passaram, e depois de um dia cheio e tumultuado de trabalho, para minha surpresa, ele me ligou pedindo uma horinha pra bater um papinho. Nenhum cansaço poderia me tirar esta oportunidade incrível! Ele queria falar... Uau!!!! Vibrei de alegria!
Pode parecer infantil meu entusiasmo, mas se tratando de um jovem que pouco fala de suas inquietudes até para o melhor amigo, de fato eu estava sendo premiada.
Fomos então para o tão esperado bate papo. Ficamos horas conversando e rindo muuuuito. Ele se abriu e eu fiquei feliz. Seus olhos e gestos ainda mostravam insegurança. Não queria que aquele momento se transformasse em uma confissão seguida de uma sentença. Poxa, me senti mais insegura do que ele. Estava encarando como se Deus me dissesse assim: “Tá ai, agora coloque em prática o que te ensinei". Apenas decidi amá-lo com minhas palavras, minhas risadas e no meu silêncio. Foi um incrível aprendizado!

“Quanto maior a intimidade e crescimento mútuo, maior o entendimento, mesmo sem o uso de palavras.” Ao ler esta frase, este momento me veio à mente. Não posso exigir dos meus jovens algo que realmente não pude oferecer a eles. O que apenas posso oferecer hoje é minha amizade... meus causos furados, minhas risadas e bobices. Através disso, inconscientemente, ganho a confiança deles, me colocando em igualdade de pensamento e atitude. Todo este cenário me dá a possibilidade em transmitir gestos e palavras seguras e confiáveis que demonstre a eles que estou acessível, acreditando que o processo comunicativo que estou provocando seja eficaz.

E o namoro?! Vai bem obrigada! rs
Já falam até em casamento!!!

Josianne Tavares


sábado, 28 de maio de 2011

Educação pela Comunicação.

O mundo em que vivemos esta cada vez mais corrido e complexo, isso remete nas nossas salas de aulas, com os nossos jovens que a cada dia  nos surpreende  com novos meios de comunicações, informações, jogos etc.

A partir dessa reflexão, nós educadores temos o dever de trazer para dentro da nossa sala de aula, novas tecnologias que remete aos novos meios de comunicação. Sabemos que a educação pela comunicação é uma poderosa arma metodológica de ensino-aprendizagem, que desenvolvem varias competências e habilidades  nos nossos jovens.

Partindo desse tema, pergunto será  que na nossa prática a educação e comunicação estão juntas? Como esta sendo a nossas metodologias de ensino com os jovens, atrativas  ou tradicionais?

Se liga!

Isabela Oliveira de Siqueira.

Meios de comunicação e suas várias vertentes.

É comum a todos que as ferramentas de comunicação são extraordinariamente significativas ao acumulo de conhecimentos, porém se não houver uma agregação com o conhecimento prévio do jovem, pode ser tornar acúmulo de cultura inútil. Vamos começar abordando alguns conceitos de comunicação.
 De acordo com Martino (2008):
“Estudar a comunicação é uma tarefa que exige rigor e sistematização, tanto no campo teórico como no metodológico. Seu objeto é interdisciplinar e tem despertado um interesse crescente em diversas áreas do conhecimento. Nesse sentido, talvez a possibilidade de se pensar a comunicação não apenas como objeto, mas como processo, como algo acontecendo e, portanto, um dos princípios básicos da interação humana”. (MARTINO, Luís Mauro Sá. A ilusão teórica no campo da comunicação. Porto Alegre, 2008. p.116. Disponível em: http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/viewFile/5482/4977Ilusão%20teorica%20no%20campo%20da%20comunicação. Acesso em 24 de maio de 2011.)
 

Desta forma, prosseguiremos distinguindo três processos distintos no campo da comunicação.
O processo de comunicação propriamente dito, o processo de persuasão e o processo de informação.
De acordo com a Universidade Católica de Brasília “podemos afirmar que a palavra comunicação foi criada para designar aquelas atividades realizadas coletivamente, com o firme propósito de romper uma situação de isolamento”. (UCB, 2011, UEA - Adolescência, juventude, comunicação e linguagem, aula 1, p.1). Ou seja, só é possível estabelecer uma comunicação propriamente dita através de diálogos, debates, questionamentos, etc.  A Universidade Católica de Brasília (2011) ressalta ainda que a comunicação só concretiza-se quando se estabelece uma troca, pois quando o diálogo é uma estrada de mão única, sendo somente um membro da conversa atuante ao impor suas idéias, este processo se denomina processo da persuasão.  Podemos usar a mídia também como ferramenta significativa neste processo quando, por exemplo, ao assistir a um comercial de sapatos nos sentimos motivados a ir até o shopping comprá-lo.

Com o advento da Internet e demais ferramentas de informação, o acesso à informação está a alguns cliques de distância. Diariamente somos bombardeados de informações seja por meio de jornais, televisão, sites na internet o Os benefícios dessa facilidade de acesso à informação são diversos, entretanto também existem malefícios. Por exemplo, os jovens possuem dificuldade em "filtrar" as informações contidas nesses meios de comunicação e acabam sendo influenciados em suas escolhas. É exatamente isso que os jovens necessitam: Saber "filtrar" as informações que recebem para então desenvolverem um senso crítico.
Esse senso crítico se estabelecerá basicamente através dos conhecimentos adquiridos não apenas através do meio da comunicação em massa, mas sim ao longo da sua vida com o apoio da escola, da família e da comunidade.

O individuo capaz de discernir com inteligência e não somente baseado em meios de informações em massa, são capazes de estabelecer uma ligação entre o mundo da informação e poder, como afirma Shinkai:
“Nos dias de hoje, aquele indivíduo que não detém o poder em suas mãos, mas que no entanto possui a capacidade de discernir os fatos com Inteligência e baseado em conhecimentos adquiridos não apenas através dos meios de comunicação de massa, é capaz de evidenciar o elo de ligação entre o mundo da informação e poder”. (SHINKAI, Marie. Manipulação dos meios de comunicação em massa. p.2 Em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/104.pdf>. Acesso em 26 de maio de 2011).
A autora salienta ainda que embora esse fenômeno ocorra a algumas pessoas, esse poder não é comum a todas:
“No entanto, isto não implica a afirmação de que todos os indivíduos integrantes de nossa sociedade possuem o poder de “enxergar” esta evidência, uma vez que os meios de comunicação que possuem maior controle sobre as massas, são os que recebem maior atenção por parte do público receptor na hora de serem formuladas as idéias sobre os fatos que nos cercam.” (SHINKAI, Marie. Manipulação dos meios de comunicação em massa. p.2 Em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/104.pdf>. Acesso em 26 de maio de 2011).
Desta forma, através do mesmo meio de informação os jovens têm o poder de consolidar o conhecimento, assim como agregar cultura inútil.
REFERÊNCIAS
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. Centro Católica Virtual/Educação a Distância. Curso de pós-graduação lato sensu em educação a distância. UEA Adolescência, juventude, comunicação e linguagem. Disponível em <http://www.catolicavirtual.br/conteudos/pos_graduacao/adolescencia_juventude/html/juventude/index.php?_s=93b97551e31feff04b290b7fc142d850>. Acesso em: 24 de mai. 2011. Acesso ao conteúdo com login e senha.
 
SHINKAI, Marie. Manipulação dos meios de comunicação e massa. Disponível em:http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/104.pdf. Acesso em 26 de mai. de 2011.

MARTINO, Luís Mauro Sá. A ilusão teórica no campo da comunicação. Porto Alegre, 2008. Disponível em: http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/viewFile/5482/4977Ilusão%20teorica%20no%20campo%20da%20comunicação. Acesso em 24 de mai. de 2011.
 
Larissa Ribeiro Batiste.

O seu papel devia ser cuidar de mim....

Olá companheir@s de luta e estrada....

Hoje escrevo para compartilhar parte das minhas angústias e percepções sobre a realidade crianças,  adolescentes e jovens do nosso Brasil. 
Nesse mês de maio iniciei um trabalho como educadora social em uma "Casa de Passagem Adolescente" para meninos e meninas de rua da cidade de Brasília-DF. Num primeiro momento de choque em ter de lidar intimamente com realidades de tráfico de drogas e exploração sexual eu me questionei muito sobre Até onde o meu conhecimento/formação contribuía de fato da mudança de vida daqueles meus educandos e mais, questionei ainda a legitimidade deles naquele espaço de garantia de direitos. Estando literalmente de "mãos amarradas", há dois dias atrás fui levada a refletir o histórico de vida que levou tais meninos e meninas a essa realidade: a violência e negligência por parte das famílias naturais e do próprio Estado. 
A fala de uma educadora que ajudou a fundar o projeto onde eu trabalho , que hoje se assemelha a um abrigo gerido pelo Estado (mas onde eles tem entrada e saída livre),  me fez considerar a existência de um ciclo de exclusão e talvez se conseguirmos nos identificar nesse ciclo seremos capazes de fazer a violência: 
"A DROGA É CONSEQUÊNCIA DA RUA E A VIOLÊNCIA É CONSEQUÊNCIA DA DROGA...." 
Fica a pergunta então: COMO SE INICIA ESSE CICLO? QUAIS SÃO AS CAUSAS DA SITUAÇÃO DE RUA?

Pra contribuir com uma reflexão que nos ajude a encontrar respostas para essa indagação acima, eu postei aqui um vídeo do grupo de rap muito respeitado (e pouco compreendido) chamado Facção Central, que infelizmente retrata muito da história de vida de alguns adolescentes que hoje eu convivo e tenho o dever de "proteger". Acredito que as vivências e saberes de tod@s que lidam com adolescente e juventude possa nos ajudar a encontrar caminhos para vencermos esse ciclo vicioso. 

Aline Pereira da Costa