domingo, 29 de maio de 2011

Maior intimidade, maior entendimento...


E aê Galera!!!
Trabalho com jovens de uma comunidade religiosa que é o “sonho de consumo” de qualquer líder-educador... Suas únicas angústias giram em torno de suas escolhas para o futuro, seu crescimento em uma intimidade pessoal com Deus e um bom relacionamento interpessoal com o grupo. Mas não deixam de ser jovens, com toda a mudança que esta fase trás.
Dentre estas circunstâncias vividas, quero relatar de uma experiência que tive com um dos garotos, que por sinal me deixa muito intrigado com sua inteligência simples e perspicaz. Sua atenção estava sendo múltipla, amigos, namorada, família e trabalho. Mas de todas estas, o que mais tirava o seu sono era a futura digníssima, a namorada. Nada bem, maior pressão!!! Era perceptível sua inquietação e refúgio. Tentei conversar, mas nenhum resultado. Mas deixei no ar a possibilidade de ajuda, caso no futuro ele mudasse de idéia.
Alguns dias se passaram, e depois de um dia cheio e tumultuado de trabalho, para minha surpresa, ele me ligou pedindo uma horinha pra bater um papinho. Nenhum cansaço poderia me tirar esta oportunidade incrível! Ele queria falar... Uau!!!! Vibrei de alegria!
Pode parecer infantil meu entusiasmo, mas se tratando de um jovem que pouco fala de suas inquietudes até para o melhor amigo, de fato eu estava sendo premiada.
Fomos então para o tão esperado bate papo. Ficamos horas conversando e rindo muuuuito. Ele se abriu e eu fiquei feliz. Seus olhos e gestos ainda mostravam insegurança. Não queria que aquele momento se transformasse em uma confissão seguida de uma sentença. Poxa, me senti mais insegura do que ele. Estava encarando como se Deus me dissesse assim: “Tá ai, agora coloque em prática o que te ensinei". Apenas decidi amá-lo com minhas palavras, minhas risadas e no meu silêncio. Foi um incrível aprendizado!

“Quanto maior a intimidade e crescimento mútuo, maior o entendimento, mesmo sem o uso de palavras.” Ao ler esta frase, este momento me veio à mente. Não posso exigir dos meus jovens algo que realmente não pude oferecer a eles. O que apenas posso oferecer hoje é minha amizade... meus causos furados, minhas risadas e bobices. Através disso, inconscientemente, ganho a confiança deles, me colocando em igualdade de pensamento e atitude. Todo este cenário me dá a possibilidade em transmitir gestos e palavras seguras e confiáveis que demonstre a eles que estou acessível, acreditando que o processo comunicativo que estou provocando seja eficaz.

E o namoro?! Vai bem obrigada! rs
Já falam até em casamento!!!

Josianne Tavares


sábado, 28 de maio de 2011

Educação pela Comunicação.

O mundo em que vivemos esta cada vez mais corrido e complexo, isso remete nas nossas salas de aulas, com os nossos jovens que a cada dia  nos surpreende  com novos meios de comunicações, informações, jogos etc.

A partir dessa reflexão, nós educadores temos o dever de trazer para dentro da nossa sala de aula, novas tecnologias que remete aos novos meios de comunicação. Sabemos que a educação pela comunicação é uma poderosa arma metodológica de ensino-aprendizagem, que desenvolvem varias competências e habilidades  nos nossos jovens.

Partindo desse tema, pergunto será  que na nossa prática a educação e comunicação estão juntas? Como esta sendo a nossas metodologias de ensino com os jovens, atrativas  ou tradicionais?

Se liga!

Isabela Oliveira de Siqueira.

Meios de comunicação e suas várias vertentes.

É comum a todos que as ferramentas de comunicação são extraordinariamente significativas ao acumulo de conhecimentos, porém se não houver uma agregação com o conhecimento prévio do jovem, pode ser tornar acúmulo de cultura inútil. Vamos começar abordando alguns conceitos de comunicação.
 De acordo com Martino (2008):
“Estudar a comunicação é uma tarefa que exige rigor e sistematização, tanto no campo teórico como no metodológico. Seu objeto é interdisciplinar e tem despertado um interesse crescente em diversas áreas do conhecimento. Nesse sentido, talvez a possibilidade de se pensar a comunicação não apenas como objeto, mas como processo, como algo acontecendo e, portanto, um dos princípios básicos da interação humana”. (MARTINO, Luís Mauro Sá. A ilusão teórica no campo da comunicação. Porto Alegre, 2008. p.116. Disponível em: http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/viewFile/5482/4977Ilusão%20teorica%20no%20campo%20da%20comunicação. Acesso em 24 de maio de 2011.)
 

Desta forma, prosseguiremos distinguindo três processos distintos no campo da comunicação.
O processo de comunicação propriamente dito, o processo de persuasão e o processo de informação.
De acordo com a Universidade Católica de Brasília “podemos afirmar que a palavra comunicação foi criada para designar aquelas atividades realizadas coletivamente, com o firme propósito de romper uma situação de isolamento”. (UCB, 2011, UEA - Adolescência, juventude, comunicação e linguagem, aula 1, p.1). Ou seja, só é possível estabelecer uma comunicação propriamente dita através de diálogos, debates, questionamentos, etc.  A Universidade Católica de Brasília (2011) ressalta ainda que a comunicação só concretiza-se quando se estabelece uma troca, pois quando o diálogo é uma estrada de mão única, sendo somente um membro da conversa atuante ao impor suas idéias, este processo se denomina processo da persuasão.  Podemos usar a mídia também como ferramenta significativa neste processo quando, por exemplo, ao assistir a um comercial de sapatos nos sentimos motivados a ir até o shopping comprá-lo.

Com o advento da Internet e demais ferramentas de informação, o acesso à informação está a alguns cliques de distância. Diariamente somos bombardeados de informações seja por meio de jornais, televisão, sites na internet o Os benefícios dessa facilidade de acesso à informação são diversos, entretanto também existem malefícios. Por exemplo, os jovens possuem dificuldade em "filtrar" as informações contidas nesses meios de comunicação e acabam sendo influenciados em suas escolhas. É exatamente isso que os jovens necessitam: Saber "filtrar" as informações que recebem para então desenvolverem um senso crítico.
Esse senso crítico se estabelecerá basicamente através dos conhecimentos adquiridos não apenas através do meio da comunicação em massa, mas sim ao longo da sua vida com o apoio da escola, da família e da comunidade.

O individuo capaz de discernir com inteligência e não somente baseado em meios de informações em massa, são capazes de estabelecer uma ligação entre o mundo da informação e poder, como afirma Shinkai:
“Nos dias de hoje, aquele indivíduo que não detém o poder em suas mãos, mas que no entanto possui a capacidade de discernir os fatos com Inteligência e baseado em conhecimentos adquiridos não apenas através dos meios de comunicação de massa, é capaz de evidenciar o elo de ligação entre o mundo da informação e poder”. (SHINKAI, Marie. Manipulação dos meios de comunicação em massa. p.2 Em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/104.pdf>. Acesso em 26 de maio de 2011).
A autora salienta ainda que embora esse fenômeno ocorra a algumas pessoas, esse poder não é comum a todas:
“No entanto, isto não implica a afirmação de que todos os indivíduos integrantes de nossa sociedade possuem o poder de “enxergar” esta evidência, uma vez que os meios de comunicação que possuem maior controle sobre as massas, são os que recebem maior atenção por parte do público receptor na hora de serem formuladas as idéias sobre os fatos que nos cercam.” (SHINKAI, Marie. Manipulação dos meios de comunicação em massa. p.2 Em: <http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/104.pdf>. Acesso em 26 de maio de 2011).
Desta forma, através do mesmo meio de informação os jovens têm o poder de consolidar o conhecimento, assim como agregar cultura inútil.
REFERÊNCIAS
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. Centro Católica Virtual/Educação a Distância. Curso de pós-graduação lato sensu em educação a distância. UEA Adolescência, juventude, comunicação e linguagem. Disponível em <http://www.catolicavirtual.br/conteudos/pos_graduacao/adolescencia_juventude/html/juventude/index.php?_s=93b97551e31feff04b290b7fc142d850>. Acesso em: 24 de mai. 2011. Acesso ao conteúdo com login e senha.
 
SHINKAI, Marie. Manipulação dos meios de comunicação e massa. Disponível em:http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/pdf/artigos_revistas/104.pdf. Acesso em 26 de mai. de 2011.

MARTINO, Luís Mauro Sá. A ilusão teórica no campo da comunicação. Porto Alegre, 2008. Disponível em: http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/viewFile/5482/4977Ilusão%20teorica%20no%20campo%20da%20comunicação. Acesso em 24 de mai. de 2011.
 
Larissa Ribeiro Batiste.

O seu papel devia ser cuidar de mim....

Olá companheir@s de luta e estrada....

Hoje escrevo para compartilhar parte das minhas angústias e percepções sobre a realidade crianças,  adolescentes e jovens do nosso Brasil. 
Nesse mês de maio iniciei um trabalho como educadora social em uma "Casa de Passagem Adolescente" para meninos e meninas de rua da cidade de Brasília-DF. Num primeiro momento de choque em ter de lidar intimamente com realidades de tráfico de drogas e exploração sexual eu me questionei muito sobre Até onde o meu conhecimento/formação contribuía de fato da mudança de vida daqueles meus educandos e mais, questionei ainda a legitimidade deles naquele espaço de garantia de direitos. Estando literalmente de "mãos amarradas", há dois dias atrás fui levada a refletir o histórico de vida que levou tais meninos e meninas a essa realidade: a violência e negligência por parte das famílias naturais e do próprio Estado. 
A fala de uma educadora que ajudou a fundar o projeto onde eu trabalho , que hoje se assemelha a um abrigo gerido pelo Estado (mas onde eles tem entrada e saída livre),  me fez considerar a existência de um ciclo de exclusão e talvez se conseguirmos nos identificar nesse ciclo seremos capazes de fazer a violência: 
"A DROGA É CONSEQUÊNCIA DA RUA E A VIOLÊNCIA É CONSEQUÊNCIA DA DROGA...." 
Fica a pergunta então: COMO SE INICIA ESSE CICLO? QUAIS SÃO AS CAUSAS DA SITUAÇÃO DE RUA?

Pra contribuir com uma reflexão que nos ajude a encontrar respostas para essa indagação acima, eu postei aqui um vídeo do grupo de rap muito respeitado (e pouco compreendido) chamado Facção Central, que infelizmente retrata muito da história de vida de alguns adolescentes que hoje eu convivo e tenho o dever de "proteger". Acredito que as vivências e saberes de tod@s que lidam com adolescente e juventude possa nos ajudar a encontrar caminhos para vencermos esse ciclo vicioso. 

Aline Pereira da Costa

domingo, 22 de maio de 2011